Um preto andando no asfalto
galo cantando alto
sai pra se virar.
Na disputa
ele sua, escuta
que o melhor da vida
é pernas pro ar.
Diferente de toda essa gente
que vive contente
rica e feliz
ele olha pro chão deprimente
não é do feitio dele
empinar nariz.
ele olha pro chão deprimente
não é do feitio dele
empinar nariz
Ele percorre o caminho das pedras
pontiagudas, duras,
sem o sofrer da dor,
carrega um grande peso no peito
nas suas costas largas
de um lutador.
E pela noite, quando o Sol se esconde
a violência reina
num temor sem fim.
Diferenças de um irmão e outro
preconceitos claros
de um mundo ruim.
A polícia agride com força
E a Lua ilustra o sangue
ao serenar
Ele teme no caminho de casa
e pede aos orixás
conseguir chegar.
Ele teme no caminho de casa
e pede aos orixás
conseguir chegar.
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